A gente cria cada paranoia em nossa cabeça, que vou te contar, hein!
No final do dia meu sentimento é de que eu poderia ter me dedicado mais. Me dedicado mais em inúmeras áreas na minha vida. Ah, essa vozinha que sempre fala pra gente ir mais, esticar a corda, mas honestamente nem sempre dá. Nem sempre tenho disposição.
Porque nem sempre acordo com uma coragem absurda para bater no peito e dizer “fui mediana hoje e é isso”. Sentar numa mesa de bar com as amigas, bater na mesa e dizer “quem disse que precisamos ser boas sempre?”!
Acordo às 5h30, abro a rede social e vejo que a Fulana já correu, Ciclana terminou um livro de quinhentas páginas (e ela estava há apenas dois dias lendo). Mas aí em seguida minha atenção é desviada por um vídeo aleatório de um cachorro brincando na grama, nessa hora me sinto uma adolescente.
As pessoas miraram na proposta motivacional e acabaram acertando no autoaperfeiçoamento e isso é tão exaustivo. Eu me sinto cansada, tudo isso me dá fadiga. Todo mundo sentindo que devia ser melhor, devia ter feito mais…
Passamos o dia inteiro pensando no que deveríamos ter feito. Às vezes a roupa vai passar dois dias no varal. Você vai almoçar um cachorro-quente na lanchonete da esquina. Vai retornar para a casa porque não lembra se desligou o gás. Vai para a academia caminhar na esteira enquanto na televisão passa um episódio aleatório de The Office e essa será a primeira risada do dia.
Atualmente sou vista como alguém disciplinada pelos meus colegas de trabalho e para algumas amigas, pois ando praticando exercícios até mesmo no domingo. E percebi recentemente que esse é um novo status, ser disciplinada.
Ter consciência de que o dia não possui as mesmas 24 horas para todo mundo, é um passo muito importante para que se evite cair nas falas de pseudo-influenciadores na internet quando dizem “como ganhei massa sem mudar a alimentação” ou “como juntei duzentos mil em poucos anos sendo CLT”.
Preciso ser criteriosa com o tempo que passo diante da tela, digo baixando o celular enquanto espero o ônibus. Óbvio que se eu ficar assistindo vídeos de modelos aplicando skincare e exibindo um rosto sem linhas de expressão e com uma cor totalmente uniforme, eu, Helena, moradora de uma cidade onde nessa época temos as quatro estações do ano todas num dia só, que possui pele oleosa e rosácea, encontrarei mil defeitos em meu rosto.
Resolvo escutar uma música, mas em vez disso sou surpreendida com um podcast. A voz sutil de um homem que parece conversar com seus ouvintes. “Você não está ansioso, está vicioso. Tudo precisa sair do seu jeito e quando a realidade age como ela é, imprevisível e incerta, você chama de ansiedade, mas eu chamo de resistência à vida. A vida não te deve previsibilidade. O Universo não segue o seu plano. Precisamos soltar e nos libertar desse ciclo.”
A newsletter de hoje é dedicada a todas as mulheres, principalmente as que são mães!
Agenda:
No período de 13 a 18 de maio, ocorrerá a 14ª FestiPoa Literária. Esta festa literária ocupará importantes locais como o Salão de Atos da UFRGS, o Centro Cultural da UFRGS, o Instituto Goethe, o Espaço Cultural 512, o Bar Venezianos, a Biblioteca Comunitária Girassol, a livraria Paralelo30 e o Teatro Simões Lopes Neto, oferecendo uma programação rica, diversificada e gratuita para todos os públicos, além de atividades em escolas da rede pública.
A curadoria do evento é das poetas Mariam Pessah e Luna Vitrolira e este ano a programação está definida a partir de assuntos que permeiam a atualidade e que se tornam mais urgentes a cada dia: autorias negras, mundos indígenas, dissidências sexuais e questões do meio ambiente.
Confira a programação completa aqui!
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Amei o texto, amiga! Essa reflexão está cada vez mais frequente e é bom lembrar que autoperfeição das redes sociais não existe. Parabéns, my love!❤️
Ameeeeiiiiii. Tenho estado meio Poliana: só quero casa e pipoca. Kkkk